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O futebol como ferramenta de transformação: Prefeitura de Campo Grande investe na base do esporte

Em meio aos gramados da Capital, o esporte se configura como agente transformador. A Prefeitura Municipal, por meio da Fundação Municipal de Esportes (Funesp), investe na formação de novos jogadores. O projeto Escola Pública de Futebol, integrante do Macro Programa Movimenta Campo Grande, é o catalisador desse compromisso com o desenvolvimento esportivo e humano da juventude local.
O projeto Escola Pública de Futebol, da Funesp, busca incentivar crianças e adolescentes a desenvolverem-se e terem acesso à formação esportiva no futebol, por meio de práticas pedagógicas voltadas para aprendizagens que contribuam para o desenvolvimento integral dos participantes.
Integrado ao Movimenta Campo Grande, abrangendo as sete regiões da cidade e os dois distritos, o projeto impacta diretamente 1.500 crianças, contemplando faixas etárias de 05 a 08 anos e 09 a 15 anos. Contando com a orientação de mais de 15 profissionais da área de educação física, as atividades do programa são focadas na modalidade de futebol.
Francisco Vilar, de 13 anos, treina no Parque Jacques da Luz, junto com a professora Janeth, que trabalha com alunos PCD. O jovem atleta entrou no projeto com nove anos de idade. Segundo a mãe, Tânia Marcondes, o filho possui autismo e era muito quieto, pouco desenvolvia. Com a prática da modalidade, a mãe conta que viu uma verdadeira transformação na vida do menino.
“Francisco é uma criança que não fala muito, tinha imunidade baixa, eu vivia com ele nos médicos, aí foi onde um profissional da saúde me orientou a colocar meu filho num projeto de futebol para adquirir imunidade e se relacionar com outras crianças. Tinha sérios problemas de garganta e tudo isso acabou. Graças ao projeto, a Janete (agente social) foi uma das pessoas que abraçou a causa do meu filho sempre respeitando seus limites e sua forma de ser. Hoje ele abraça, tem um contato legal com ela, obedece, procura fazer aquilo que ela instrui no jogo e se mostra bastante focado”, observou.

Atuando no projeto desde 2017, a agente social Janeth Marques atende no Parque Jacques de Luz e Associação do Conjunto União. Ela explica que as aulas têm ajudado alunos a superarem dificuldades e a se descobrirem através do esporte.
“Nós ajudamos as crianças a desenvolverem o futebol e preparamos cidadãos para a sociedade. Temos alunos com autismo, TDH, transtorno de ansiedade, obesos, entre outras situações e, através do trabalho diário, conseguimos resultados maravilhosos que acompanharão esses indivíduos por toda a vida. Do ponto de vista esportivo, temos alunos que foram fazer teste no Flamengo e hoje jogam na categoria de base do Novo Operário”, explicou.
Mãe de Nicolas, de 11 anos, que está enquadrado dentro do Transtorno do Espectro Autista – TEA, Eloisa Recalde falou da evolução apresentada pelo filho desde que o menino começou a participar das aulas da escolinha de futebol.
“Nicolas atualmente está participando das aulas de futebol com a professora Janeth. O desenvolvimento intelectual dele ampliou, a comunicação e o comportamento agressivo diminuíram, melhorou na aptidão física, desenvolvimento social, físico e motor, além de reduzir a ansiedade e melhorar na hiperatividade pelo gasto de energia. Nicolas é uma nova criança”, comemorou, ela.

Kelvin Kristian, foi um dos atletas que passou pelo projeto e já está começando sua carreira no futebol do Estado. O jogador está disputando o Campeonato Estadual Sul-Mato-Grossense pelo Náutico Futebol Clube, como volante.
“Entrei no projeto tinha 13 anos. Creio que foi de suma importância, pois me ajudou na formação do caráter dentro e fora de campo, além de ter servido como atividade em um bairro com tantas oportunidades ruins. Participei de amistosos contra grandes equipes, como Fluminense e Flamengo. Joguei no Operário, Comercial e agora estou defendendo o Náutico”, conta.

Para o agente social, Adelar Antônio Lanzarin, o projeto é uma ferramenta de transformação social. Atuante no projeto desde 2003, na comunidade do Taveirópolis, especificamente na Praça Esportiva Elias Gadia, compartilha suas reflexões sobre o projeto.
“Sempre busco proporcionar o melhor para a população, tirando as crianças das ruas e envolvendo-as na prática esportiva. Meu foco está na formação do cidadão, algo de extrema importância. O esporte desempenha um papel crucial ao afastar as crianças dos riscos, especialmente relacionados às drogas. Mantenho uma parceria sólida com os pais, dialogando constantemente sobre o comportamento dos jovens, seja durante os treinos, em casa ou na escola”, pontuou.

O diretor-presidente  da Funesp, Maicon Mommad, destaca o esporte e o trabalho dos agentes sociais da Fundação no compromisso de atendimento às crianças e a segurança que ele proporciona.
“Além de promover a atividade física, é um guardião da segurança para as crianças. Nos campos, elas se afastam das adversidades sociais, encontrando não apenas um lugar para jogar, mas um refúgio onde crescem longe das mazelas cotidianas. Os professores desempenham um trabalho exemplar, estendendo seus cuidados a todas as crianças, promovendo inclusão, socialização e oportunizando crescimento e contribuindo para a formação de indivíduos preparados para o futuro”, pontou.
Locais
Os atendimentos do projeto Escola Pública de Futebol ocorrem em diversos locais, como o Campo da Praça Esportiva Elias Gadia, Praça Esportiva Belmar Fidalgo, Campo Coruja, Campo da Sisep, no Estádio Jacques da Luz, nos bairros Joquei Club, Campo Nobre, Pioneiros, União, José Abrão e Parque Tarsila do Amaral. Adicionalmente, a Escola também está presente no Campo do Vivendas do Parque, Praça dos Amigos, Campo Comunidade Negra, Campo dos Bombeiros, Campo Rouxinóis, Campo Vila Nasser, Guanandizão, José Abrão, Parque do Sóter e Campo Bosque.
Aos interessados em praticar a modalidade, a Fundação orienta que os pais ou responsáveis falem diretamente com os professores responsáveis pela atividade no local para verificar disponibilidade de vagas.
 

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